Agente B: Maria
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Caligari tem uma história terrível. No início dos anos 1990 eu, uma namorada e alguns amigos fazíamos uns experimentos com HQs e fanzines. Eu tinha uma copiadora Olivetti em casa, o que facilitava muito as coisas. A maioria daquela galera eu tinha conhecido num curso de desenho animado que uns argentinos ministraram lá em Porto Alegre - minha cidade natal - e a gente queria muito editar uma revista em quadrinhos de verdade, não apenas mais um fanzine: Caligari, inspirada nas revistas em quadrinhos mais impressionantes da época, a Animal e a Chiclete com Banana. Tinha até um selo que identificava a turma: Galera do Mal. Juntamos os melhores trabalhos da turma e lá fui eu para São Paulo conferir uma roubada que um sujeito - que depois descobri que era só um idiota - tinha armado. Tive a maior despesa de viagem, fiquei hospedado numa quebrada de dar medo, a tal editora era um completo fracasso e tudo deu com os burros n'água. Falta de experiência. Todo mundo ficou muito frustrado e a turma acabou se dissipando. Mas o nome ficou na minha cabeça: Caligari, de Das Cabinet des Dr. Caligari ou, em português, O Gabinete do Doutor Caligari, um filme alemão expressionista e mudo de 1920, dirigido por Robert Wiene. Acabei me distanciando dos quadrinhos e da fanzinagem, me envolvi com teatro e oficinas de cinema, mudei para Curitiba e depois São Paulo e a coisa toda caiu no esquecimento. Ano passado, pouquinho antes de vir para Salvador, senti aquela vontade irresistível de fazer umas bandas desenhadas e rodar uns fanzines. Meio sem jeito, fiz um remake de uma BD antiga minha, A Expectativa do Vilão à Espera do Herói, e seguiram outras, algumas tirinhas, enfim, engrenou. Longe do que deveria ter sido o projeto original, lá dos anos 1990, Caligari hoje é um simples fanzine de oito páginas, pequenino, sempre com alguns experimentos em BDs curtinhas.
Expectativa teve cenários em papercraft, que depois eram fotografados e vetorizados. Uma curiosidade sobre a Expectativa: essa HQ chegou a ser selecionada no Salão Internacional de Desenho para Imprensa de Porto Alegre, nem lembro mais em qual ano/edição, mas depois, com tantas mudanças de endereço, acabei perdendo os originais. Era bem diferente, os personagens pareciam paródias das antigas HQs do Capitão Marvel.
Assim, depois desse primeiro número de Caligari, seguiram outros, com BDs, tirinhas e experimentos. Podem ser adquiridos em Salvador, lidos online aqui mesmo no blog e tem até arquivo de impressão para download, com instruções de montagem e tudo. Tem tido uma boa repercussão e aceitação e, como fanzine, eu diria que é um sucesso. Espero que gostem.
Se você gostou de Caligari e gostaria de ter seu próprio exemplar ou dar alguns de presente, basta baixar as edições pelos links (Mega) e seguir as instruções abaixo. É totalmente gratuito e sem vírus.